quinta-feira, 21 de julho de 2011

Cada um é cada um...

Entro no carro e aquele som terrível que faz “tunch tunch tunch”, toca no rádio, entra em meus ouvidos. Digo um “oi, tudo bem?” dou um sorriso e, assim que as coisas se aquietam, pego meu fone de ouvido. Na melhor parte da música, quando estou “a dois passos do paraíso” percebo que alguém esta falando comigo. Olho para o lado e só vejo um movimento labial de “Como foi seu dia?”. Sentindo-me o ser mais egoísta do planeta, retiro o fone.

“O que?”

“Como foi seu dia?”

E aquele “tunch tunch tunch” insuportável no ar.

“Normal, sem nenhuma novidade. Posso abaixar o volume para conversarmos?”

“Pode!”

O volume que antes estava no 18 passa a diminuir... 17, 16, 15.. 7, 6, 5...

“Se for para deixar tão baixo, então desligue, né!”


Mas... O que posso fazer se aquele som é horrível?

Mas é horrível para mim, uma simples questão de gosto.

Mas afinal de contas, o que é um gostar de?

O ser humano pode aprender muitas coisas na vida: aprender a ser educado, a respeitar, a se comportar na casa de estranhos, história, matemática (difícil, mas tem gente que consegue), outros idiomas, etc.

Mas o gosto é assim?

Pra mim, não.
Eu nunca escolhi o que seria agradável aos meus ouvidos, ao meu paladar ou aos meus olhos. As coisas simplesmente são ou não são.
É como se isso já estive definido em meu cromossomo, meu DNA – se bem que, no meu caso, não é genético.

Mas se é assim,  não há escolhas, isso vem, como conviver com o que nos é insuportavelmente ruim? Como aceitar o diferente e compreender como pode alguém gostar daquele negócio tão horrível?
Tá, tá. Aquilo que pra mim é horrível!

E como é difícil muitas vezes.

Mas tudo e questão de respeito. Assim como o que eu não gosto me incomoda o que eu gosto incomoda alguém. Se todas as pessoas entrassem em atrito por ter interesses diferentes, viveríamos em uma guerra constante.

Se não aprendermos a praticar o respeito e a tolerância fica muito difícil a convivência com qualquer outro ser humano.

Mas essa prática e esse respeito têm que ser mútuo.

Percebo que isso não é usual nas pessoas. Por exemplo: Quando estou dentro do ônibus sempre tem um engraçadão que, com o celular, escuta aqueles Funks pornográficos em volume alto, não se importando nenhum pouco com o fato de que ele NÃO ESTA SOZINHO NO ÔNIBUS e que EXISTEM FONES DE OUVIDO A VENDA NO MERCADO!
Por mais que eu tenha uma vontade de fazer um celular voar, não posso. Infelizmente.

Você é o que é. Gosta do que gosta e não tem “culpa” por ser assim. Aceite-se. Aceite a diferença do outro e, acima de tudo, respeite o fato de que você não é dono da verdade. Cada um é cada um.

O que seria do Rock se todos gostassem de Dance?

O que seria do Restart se todos gostassem do Luan Santana?
(Disso eu to salva, tanto de um quanto do outro. Ah, eu sei, mas pra mim é horrível, fazer o que?)

O que seria de você se todos gostassem da Mariazinha?

O que seria do branco se todos gostassem do preto?


E assim vai... São infintas as possibilidades...

Vivemos em um mundo repleto de diversidades... poderia ficar falando horas e horas sobre todas as diferenças que encontramos todos os dias nas pessoas. Se a diversidade existe, por que não pode haver o respeito? Posso não concordar com o que você diz, posso não concordar com a roupa que você usa, com a musica que você ouve ou até mesmo com a sua orientação sexual mas que direito eu tenho de te julgar, de te maltratar ou de exigir que você aceite a minha opinião, minha cor, minha cultura o meu qualquer coisa minha como sendo a única correta no mundo?

Adoro esse ditado popular: “Respeite para ser respeitado.”

Acho que viveríamos muito melhor se isso fosse realmente levado a sério!


Ótimo restinho de semana :)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

If Today Was Your Last Day...


Música... pra mim é muito mais do que uma manifestação artística. É fundamental, essencial, cúmplice...
Nela que eu deito minhas dores e compartilho minhas alegrias. É muito mais do que uma simples companhia, é vida.
Em muitos momentos me faltam palavras para descrever o que estou sentindo, mas determinada musica faz isso por mim com perfeição.
Gostaria de compartilhar uma, If Today Was Your Last Day – Nickelback. 

Aqui vai ela traduzida...



Se Hoje Fosse Seu Último Dia
Meu melhor amigo me deu o melhor conselho
Ele disse: cada dia é um presente, não um direito adquirido
Não deixe pedra sem virar
Deixe seus medos pra trás
E não leve a vida apenas como uma mera passagem
O primeiro passo que você dá é o salto mais longo.

Se hoje fosse seu último dia
E amanhã fosse tarde demais
Você poderia dizer adeus para o ontem?
Você viveria cada momento como se fosse o último?
Deixaria velhas fotos no passado?
Doaria cada centavo que você tem?
Se hoje fosse seu último dia

Ir contra o que é natural deveria ser um modo de vida
O que vale a recompensa sempre se vale a briga
Cada segundo conta porque
não há segunda chance
Então viva a vida tal qual você não o fará duas vezes
Não deixe sua própria vida à deriva



Se hoje fosse seu último dia
Você impressionaria curando um coração partido?
Você sabe que nunca é tarde demais
Para pedir para as estrelas
Independentemente de quem você é
Então faça o que for preciso
Porque você não pode rebobinar
Um momento nesta vida
Não deixe nada atrapalhar o seu caminho
Pois as mãos do tempo nunca estão do seu lado



 Otima semana! :)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A única coisa que você tem e uma escolha...


Calçadão da Rua XV, em Curitiba, é um lugar onde você vê todos os tipos de pessoas. Ali você encontra poetas vendendo livros, estatuas vivas, desenhistas, pintores, religiosos que gritam versos bíblicos, etc.

Passo por esse calçadão todos os dias. Esses dias encontrei um grupo de 4 rapazes rapers, dois deles cantavam, um fazia beat box e o outro tocava violino, uma mistura que, apesar de não gostar de Rap, ficou muito interessante. Mas nesse dia a pessoa que mais me chamou a atenção, e não poderia ser diferente, foi um Hare Krishna que sorrindo deu um “salto” na minha frente. Foram, aproximadamente, 10 minutos de um monólogo que me esforcei muito para entender. Ele falava tanta gíria e tão eletricamente que exigiu grande concentração de minha parte para “captar a mensagem”.

Entre tantas coisas ditas a que mais me chamou a atenção foi sobre a posse. Dizia ele:
“O que as pessoas acham que tem, elas não tem! Nada nos pertence, não somos donos dessas roupas, dessas casas nem de nossas almas. Daqui a gente não vai levar nada por não termos nada. A única coisa que realmente a gente tem é a escolha. Você pode escolher o que fazer, escolher entre o certo e o errado, escolher entre o ir ou vir. Só não esqueça que essa escolha vai ter uma consequência e você terá que aguentá-la”. Ofereceu-me um dos tantos livros que ele carregava, fiquei com um, e lá se foi ele quase que saltitante procurar outra pessoa para dividir seus pensamentos.

Antes de entrar no ônibus li um pouco. O nome do livro é “Civilização e Transcendência” e fala sobre a vida hindu. Um dos sábios deles respondeu um questionário em 1976 para uma revista e em cima dessa entrevista é que foi feito o livro. Dentre as coisas que estão escritas, tem algo que chega a ser engraçado. Ele fala que o que diferencia um homem de um animal, normalmente é usado o cão como referência, é a religião e a busca por Deus e que o progresso, na verdade, só deve existir espiritualmente. Ele afirma que esse progresso que o homem busca (material) é o que esta aproximando de um cão, que a falta de consciência espiritual nos transforma em seres que vivem por instinto.

Posso não concordar com tudo o que li e nem pretendo seguir essa doutrina mas, realmente, questionei-me sobre alguns pontos:

Qual é o progresso que eu estou escolhendo, o material ou a espiritual? Se é que eu estou me preocupando com a parte espiritual da minha vida.
Estou eu evoluindo ou estou eu me transformando em um animal irracional que age por instinto?
Será que, apesar de eu não seguir uma religião, eu consigo evoluir espiritualmente ou não?
E, afinal de contas, o que é e como evoluir espiritualmente?


Antes daquele rapaz sorridente ir ele disse: “Venha nos visitar! Nos domingos a gente se reúne, canta mantras, dança e comemos comida indiana. Você não vai precisar pagar nada para participar e totalmente de graça”.

Ótimo final de semana! :)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A tal da consciência...

Park Shopping Barigui. Em um domingo, estava eu na fila da Fnac quando vi um ex-professor  meu de Direito Administrativo andando pela loja. Ele parou em frente a um grande livro muito bem embalado em um plástico transparente. Como que por um impulso, seus dedos começaram a retirar a embalagem enquanto ele olhava para os lados, para ver se alguém estava vendo. Parecia uma criança aprontando. Pude imaginar seus pensamentos. “Será que alguém vai ver?”.
Periferia de Curitiba, meu habitat natural, quarta-feira  pela manhã. Uma senhora usa o lenço de papel enquanto caminha. Após utilizar-se do lencinho disfarçadamente coloca a mão para trás e “pluft” o lencinho “cai” no chão.
Uma cidade qualquer, em um banco qualquer. O rapaz suado, nervoso, olha o relógio, observa se estão todos ocupados aos seu redor e entra no sistema do banco, faz a transferência de R$ 0,01 centavo da conta de todos os clientes para sua conta pessoal, certo de que ninguém notaria.
Em outra cidade qualquer, em um dia qualquer. Um rapaz armado aborda uma senhora, nervoso e aparentemente perturbado ele fala: “Me dá sua carteira, me dá logo ou eu atiro”. A senhora desesperada dá a bolsa para ele e ele sai correndo.
Histórias diferentes que, aparentemente, não tem nada em comum. Será?
O que cada uma dessas pessoas tem em comum? O que liga uma história na outra?
Todos sabiam que o que estavam fazendo não era certo, tinham consciência e, mesmo assim, o fizeram.
O que move uma pessoa a fazer algo sabendo que isso não deveria ser feito?

Estamos tão envolvidos com o nosso “querer” e com as nossas necessidades que deixamos a consciência do certo e errado de lado. Não importa o quanto isso grite na nossa cabeça, agimos no impulso de suprir aquela necessidade em maior ou menor gravidade.
Esses são alguns exemplos das atitudes egoísta que nos tomamos. Basta pegar o jornal e ver quantas outras existem. Corrupção, assassinatos, sequestros, descaso com o meio ambiente, descaso com as pessoas que necessitam de ajuda, fofocas, falta de respeito, demonstrações de hipocrisia, etc.
Estamos tão envolvidos com o nosso ego que nem percebemos que esse sentimento sim é o mal do século, é o mal da raça humana.
Até quando a consciência do “o que estou fazendo é errado” vai ficar apagada diante do “eu quero e que se dane”? Até quando o EU QUERO será maior diante do NÃO DEVO!
Até quando pediremos por mudanças nos outros e vamos esquecer de mudar a nós mesmos? Até quando vamos justificar nossas atitudes erradas pelo simples fato de ser NOSSA atitude (se sou eu quem faz pode, se é o outro não)?

Até quando vamos procurar o caminho mais fácil mesmo sabendo que é o caminho errado?
Esse é meu exercício diário, antes de querer que alguém aja diferente eu me pergunto: a quem EU estou dando mais ouvidos, a minha consciência ou ao meu “umbigo”?

Eu sei, ninguém é perfeito, eu também não sou. Mas não posso utilizar disso a vida inteira para justificar o que faço sabendo que estou errada.

Esse é o exercício que eu proponho. Reflita um segundo o que é mais importante, o fazer CERTO ou continuar fazendo o SEU errado?

“Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira” (Renato Russo)

Ótima reflexão pra você! :)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Oi, oi... alguém quer me ouvir???

Curitiba, 7:20 da manhã, segunda-feira. Ônibus lotato, muito frio e um senhora entra procurando alguém para conversar.
Como se fosse uma mira, ela localiza uma moça de aparência calma sentada perto da porta.
“Frio né, nossa, acabei de me mudar para cá, sou do Rio. Diferentes os ônibus daqui, eu já morei em São Paulo e lá também é diferente. Um dia eu... blá blá blá... blá blá blá”
A menina, que estava la quietinha, com toda a educação possível concordava, sorria e balbuciava poucas palavras enquanto a senhora desandava a falar.
Elas permaneceram juntas por, no máximo, 10 minutos até que chegou o local onde a senhora ia descer. Sorrindo, essa senhora desejou um ótimo dia a aquela moça, agradeceu a companhia e desceu do ônibus cantarolando.
Aquela simpática moça retornou ao silêncio do ônibus em Curitiba e terminou seu percurso. Talvez, sem saber, ela fez uma pessoa que se sentia sozinha e perdida em uma cidade nova mais feliz pelo simples fato de não ter sido ignorada.
Sempre que se ouve dizer em “fazer por alguem”, logo pensamos que é difícil ou que exigirá recursos mas não, muitas vezes a única coisa que alguém precisa é de um pouco de atenção.
Se doe um pouco... alguém precisa de você.
PS: A moça não era eu! 
Ótima Semana! :)



sábado, 2 de julho de 2011

Vou te contar...

“Era uma vez, uma linda menininha... e fim, acabou a estória...”

“Fim? Como assim fim papai?” Perguntou a criança.

“Ah, fim, essa é a estória da menininha.” Disse o pai.

“Mas, mas... não pode. Não pode ser assim... como é que... mas... Não tem nenhuma aventura? Ela não salvou ninguem? Não teve um cachorrinho ou jogou bola? Ela não fez nada papai?” Perguntou a criança com os olhos espantados.

Acariciando a criança o pai disse: “Pois é, nada. Essa menininha não fez nada. Ela não teve uma grande aventura, não viveu nenhuma grande estória e muito menos ajudou alguém e se tornou uma heroína. Sua vida passou em branco...”

“Mas papai... eu não entendo.”

“Meu amor, quando nascemos ganhamos um livro de folhas brancas, ali escreveremos a nossa história, o que fazemos com a vida que ganhamos e nós somos os únicos responsáveis pelas palavras que estarão escritas neste livro. Essa menininha somente existiu, foi apenas mais um número na estatística de habitantes no mundo. Os dias passaram, os anos passaram e ela nada fez que realmente valesse a pena ser escrito no livro da vida. E agora, minha menina, que você sabe disso, cabe a você decidir se você terá algo para contar ou se o seu livro também será de páginas brancas.”