“Fim? Como assim fim papai?” Perguntou a criança.
“Ah, fim, essa é a estória da menininha.” Disse o pai.
“Mas, mas... não pode. Não pode ser assim... como é que... mas... Não tem nenhuma aventura? Ela não salvou ninguem? Não teve um cachorrinho ou jogou bola? Ela não fez nada papai?” Perguntou a criança com os olhos espantados.
Acariciando a criança o pai disse: “Pois é, nada. Essa menininha não fez nada. Ela não teve uma grande aventura, não viveu nenhuma grande estória e muito menos ajudou alguém e se tornou uma heroína. Sua vida passou em branco...”
“Mas papai... eu não entendo.”
“Meu amor, quando nascemos ganhamos um livro de folhas brancas, ali escreveremos a nossa história, o que fazemos com a vida que ganhamos e nós somos os únicos responsáveis pelas palavras que estarão escritas neste livro. Essa menininha somente existiu, foi apenas mais um número na estatística de habitantes no mundo. Os dias passaram, os anos passaram e ela nada fez que realmente valesse a pena ser escrito no livro da vida. E agora, minha menina, que você sabe disso, cabe a você decidir se você terá algo para contar ou se o seu livro também será de páginas brancas.”
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