Entro no carro e aquele som terrível que faz “tunch tunch tunch”, toca no rádio, entra em meus ouvidos. Digo um “oi, tudo bem?” dou um sorriso e, assim que as coisas se aquietam, pego meu fone de ouvido. Na melhor parte da música, quando estou “a dois passos do paraíso” percebo que alguém esta falando comigo. Olho para o lado e só vejo um movimento labial de “Como foi seu dia?”. Sentindo-me o ser mais egoísta do planeta, retiro o fone.
“O que?”
“Como foi seu dia?”
E aquele “tunch tunch tunch” insuportável no ar.
“Normal, sem nenhuma novidade. Posso abaixar o volume para conversarmos?”
“Pode!”
O volume que antes estava no 18 passa a diminuir... 17, 16, 15.. 7, 6, 5...
“Se for para deixar tão baixo, então desligue, né!”
Mas... O que posso fazer se aquele som é horrível?
Mas é horrível para mim, uma simples questão de gosto.
Mas afinal de contas, o que é um gostar de?
O ser humano pode aprender muitas coisas na vida: aprender a ser educado, a respeitar, a se comportar na casa de estranhos, história, matemática (difícil, mas tem gente que consegue), outros idiomas, etc.
Mas o gosto é assim?
Pra mim, não.
Eu nunca escolhi o que seria agradável aos meus ouvidos, ao meu paladar ou aos meus olhos. As coisas simplesmente são ou não são.
É como se isso já estive definido em meu cromossomo, meu DNA – se bem que, no meu caso, não é genético.
Mas se é assim, não há escolhas, isso vem, como conviver com o que nos é insuportavelmente ruim? Como aceitar o diferente e compreender como pode alguém gostar daquele negócio tão horrível?
Tá, tá. Aquilo que pra mim é horrível!
E como é difícil muitas vezes.
Mas tudo e questão de respeito. Assim como o que eu não gosto me incomoda o que eu gosto incomoda alguém. Se todas as pessoas entrassem em atrito por ter interesses diferentes, viveríamos em uma guerra constante.
Se não aprendermos a praticar o respeito e a tolerância fica muito difícil a convivência com qualquer outro ser humano.
Mas essa prática e esse respeito têm que ser mútuo.
Percebo que isso não é usual nas pessoas. Por exemplo: Quando estou dentro do ônibus sempre tem um engraçadão que, com o celular, escuta aqueles Funks pornográficos em volume alto, não se importando nenhum pouco com o fato de que ele NÃO ESTA SOZINHO NO ÔNIBUS e que EXISTEM FONES DE OUVIDO A VENDA NO MERCADO!
Por mais que eu tenha uma vontade de fazer um celular voar, não posso. Infelizmente.
Você é o que é. Gosta do que gosta e não tem “culpa” por ser assim. Aceite-se. Aceite a diferença do outro e, acima de tudo, respeite o fato de que você não é dono da verdade. Cada um é cada um.
O que seria do Rock se todos gostassem de Dance?
O que seria do Restart se todos gostassem do Luan Santana?
(Disso eu to salva, tanto de um quanto do outro. Ah, eu sei, mas pra mim é horrível, fazer o que?)
O que seria de você se todos gostassem da Mariazinha?
O que seria do branco se todos gostassem do preto?
E assim vai... São infintas as possibilidades...
Vivemos em um mundo repleto de diversidades... poderia ficar falando horas e horas sobre todas as diferenças que encontramos todos os dias nas pessoas. Se a diversidade existe, por que não pode haver o respeito? Posso não concordar com o que você diz, posso não concordar com a roupa que você usa, com a musica que você ouve ou até mesmo com a sua orientação sexual mas que direito eu tenho de te julgar, de te maltratar ou de exigir que você aceite a minha opinião, minha cor, minha cultura o meu qualquer coisa minha como sendo a única correta no mundo?
Adoro esse ditado popular: “Respeite para ser respeitado.”
Acho que viveríamos muito melhor se isso fosse realmente levado a sério!
Ótimo restinho de semana :)